domingo, 31 de julho de 2011

Fantasias do passado

Lino não aguentava mais os fantasmas que lhe atormentavam quando acordou decidido. Iria ao estúdio fotográfico. O pensamento era cada vez mais fixo enquanto sentia o aroma do café. A sutileza dos goles acompanhava as ideias, todas formadas por lembranças nada tensas, se comparadas com seus últimos dias. E assim saiu, com o ar nostálgico que o levava até a forma que a voz dela entrou pela primeira vez em seus ouvidos. Aí é que começam as lembranças. Em um mundo inerte, Lino tem certeza que eram só fantasias, mas naquele instante, tomaram conta das próximas ações, tanto que nem percebeu-se dirigindo. Já estava em frente ao estúdio. Ela teria que chegar a qualquer momento, ou sair. Para garantir que não a perderia de vista, estacionou em frente à porta. Enquanto olhava para um lado e outro da rua, sem deixar de observar cada cabelo comprido que entrava e saía, e agora sem a responsabilidade do trânsito, Lino entregou-se definitivamente às suas próprias alucinações do passado.

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